terça-feira, 1 de dezembro de 2009

A guerra entre as Emissoras de TV

O objetivo deste trabalho é destacar a competitividade entre as principais emissoras televisivas de abrangência nacional, principalmente TV Globo e TV Record.

A Rede Globo sempre se manteve na liderança da audiência com média de 21 pontos, o triplo que a Rede Record conseguiu atingir nos últimos tempos. Porém, esta emissora vem se profissionalizando e elabora sua programação baseada em pesquisas de mercado. Um exemplo é o programa Hoje em dia, transmitido diariamente, na parte da manhã, e tem como apresentadora a modelo Ana Hickmann e o jornalista Britto Jr. Misturar notícia e entretenimento foi o segredo para atingir um público seleto (classes A/B), pois transmitir um programa com esse conteúdo, na TV aberta, foi uma grande jogada e as emissoras concorrentes estão alertas para essa tendência, já que Globo e SBT só têm programas infantis.

A Rede Record, que se configura como seguidora da Rede Globo, lançou o primeiro canal inteiramente noticioso na TV aberta, o Record News. Porém, tiveram que realizar uma manobra jurídica e modificar os membros da sociedade, pois não é permitido que um grupo tenha duas emissoras abertas numa mesma cidade, São Paulo, por exemplo. A exemplo da líder, que possui o Globo News (pertencente ao grupo GloboSat), a Record segue em busca do “padrão de qualidade” Globo. Ainda, a Record dispõe de um meio de arrecadação de dinheiro diferente do da Globo: a Igreja Universal.

Dizer que a Record só avança por causa do dinheiro da Universal é enxergar apenas uma parte do fenômeno. Sua arrancada deveu-se a uma mudança de filosofia ocorrida em 2004. A emissora já passara por duas fases. Da compra por Edir Macedo, em 1989, até o triste episódio do "chute na santa", o televangelismo dominou a programação. Na fase seguinte, a Record assumiu um perfil popularesco, em que o sensacionalismo do Cidade Alerta e do Programa do Ratinho era a grande atração. A guinada que agora começa a dar frutos foi desfechada há três anos. Por sugestão do então recém-contratado diretor comercial Walter Zagari, a rede optou por fazer uma operação muito comum nas televisões de todo o mundo: decidiu-se "clonar" a programação da Globo.

A Record vem trabalhando dois pilares muitos significativos para a Rede Globo: o jornalismo e a teledramaturgia. Somente em três anos a desafiante levou sessenta jornalistas da líder, e na seara das novelas, comprou as instalações dos estúdios de Renata Aragão (R$ 15 milhões) e em tecnologia está muito próxima da rival. Os recursos técnicos de iluminação e de efeitos especiais de última geração logo começaram a aparecer na tela da Record. Ela inflacionou o mercado de técnicos e operadores de câmera. Muitos deles receberam ofertas salariais três vezes superiores ao que ganhavam na Globo. Atores, atrizes e diretores globais passaram a ser assediados com propostas financeiras tentadoras e a promessa de manutenção do padrão estético a que foram acostumados na Globo.

Porém, um dos pontos que mais emanam discussões entre as duas emissoras é a programação da Igreja Universal nas madrugadas. A Rede Globo detém uma audiência quatro vezes maior nesse horário e mesmo assim não consegue faturar R$ 40 mil por hora, comparado a R$ 140 mil da rival que, somente de madrugada, gera cerca de 30% de seu faturamento total.

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